Dia Internacional da Mulher: comemorar e trabalhar muito!
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O índice Gender Pay Gap (GPG) de 2017 mostra que, em nenhum país no mundo, a mulher ganha mais do que o homem. De acordo com o relatório Estatísticas de Gênero - Indicadores Sociais das Mulheres no Brasil, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres recebem em média um salário mensal 23,5% mais baixo do que os homens.
Uma mulher é vítima de estupro a cada 9 minutos. O número de estupros cresceu no país de 2016 a 2017, passando de 54.968 para 60.018 casos registrados, um aumento de 8,4% em um ano. Uma mulher registra agressão sob a Lei Maria da Penha a cada 2 minutos segundo 12º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Mulheres não conseguem dar queixa nas delegacias por se sentirem humilhadas. Médiuns e médicos cafajestes abusam das mulheres pelo país afora. São minorias no Congresso Nacional, nas diretorias das empresas e nos cargos de chefias. Nada disso acontece sem a participação de homens tacanhos que desrespeitam as mulheres.
Este quadro precisa ser mudado, não apenas pelo esforço das mulheres, mas pela mudança de conduta dos homens que perpetuam a visão machista. Os homens precisam se repensar, a começar refletindo como tratam suas mulheres, filhas, netas, subordinadas e colegas de trabalho. Estamos num movimento pendular à procura do eixo e do equilíbrio dos papéis das mulheres e dos homens, estando estes muito perdidos.
Este tema é complexo e não tem resposta simples, mas a mulher, por se sentir insegura no seu ambiente de trabalho, criou uma condição de competição com o homem, ao invés de assumir seu papel com suas vantagens comparativas natas, desempenhando uma função de complementação ao lado do homem.
Na orelha de capa de meu livro Executiva, a Heroína Solitária, Marcia De Luca, que de executiva do aço se transformou numa referência de espiritualidade, comenta: “A nova era, da qual tanto ouvimos falar, chega imbuída de novos conceitos. Nessa era dourada, as características da alma feminina – intuição, criatividade, amor e compreensão - ocuparão o espaço antes reservado para os aspectos masculinos – poder, força e coragem. Chega de competição! Mulher não tem que querer ser homem. Mas tem, sim, que desenvolver o seu lado masculino em concordância com o feminino, para encontrar o equilíbrio dos opostos. Não há nada mais poderoso do que a união de Shiva (a energia masculina) com Shakti (a energia feminina)! É preciso, então, que a mulher se conscientize de seu papel na sociedade”.
Olhando para a história das mulheres, sem dúvidas, temos muito para comemorar. Entretanto, muito ainda terá de ser feito para que a mulher ocupe o lugar que merece.
Não basta apenas comemorar o Dia Internacional da Mulher. É necessário um trabalho diário das mulheres e dos homens para reverter este quadro de desigualdade o qual ainda, lamentavelmente, estamos vivenciando.
por Emerson A. Ciociorowski